Está tudo perdido

Há um tipo de mulheres que se passeia pela cidade que me causa alguma irritação cutânea ao nível do pavilhão auricular. Normalmente têm mais de trinta anos de idade e são facilmente reconhecíveis por andarem vestidas com calças de ganga, camisas de quadrados, pulôveres e óculos de massa.

Todos nós já vimos pelo menos uma quando vamos às tesourarias da fazenda pública.

Eu até entendo que se goste de mulheres, eu gosto de mulheres, e até aceito que mulheres gostem de mulheres, mas minhas amigas, vocês assim não vão lá!

Estas senhoras trouxeram para si o pior que os homens têm - o sentimento de estivador - , na esperança que alguma outra olhe para elas.

Mas digo-vos já: dessa maneira sugiro que passeiem o vosso ‘glamour’ junto da Lisnave em dia de pagamento, e mesmo assim, para além de levarem com o jornal do dia na cara, não vos prometo muito mais.

São pessoas que acham que vão conquistar mulheres vestindo-se à ourives na Rua do Ouro, que tomam banho 2 vezes por semana, e que adoram ler o Diário Popular junto ao Cais das Colunas. Não seria mais fácil utilizar o vosso sexappeal, bem pintadas e cheirosas à conquista da Sandrinha das cobranças?

Acham sinceramente que conseguem levar à certa alguma rapariga com esse aspecto?

Quem é que com os cinco sentidos apurados se vai enrolar com uma figura parecida com o António Sala? Nem que ele voltasse a entrar no programa de televisão ‘O Foguete’ juntamente com o Luís Arriaga.