Está tudo perdido

Coisas que oiço, coisas que vejo mas não acredito... Ideias e comentários para estatudoperdido@gmail.com

terça-feira, abril 27, 2004

 
Toda a verdade sobre Os Três Pastorinhos.

Esta semana, revelamos toda a verdade. Um documento choque sobre as vidas secretas d’Os Três Pastorinhos. Vidas de excessos de uns foras de série à frente do seu tempo.
Falámos com amigos e familiares, contamos tudo. Os Pastorinhos como nunca ninguém os conheceu.
António, morador em Ourém, que preferiu o anonimato, confidenciou:
- “O Quico era um rebelde. A sua paixão eram os carros... passava horas na rua a olhar para eles... sabia tudo. As raças dos animais, as madeiras, era louco por carros de bois. Mesmo com aquela idade ele comprou dois. Eu dizia-lhe “mas tu não tens idade”... mas ele não me dava ouvidos...”
Mas afinal o que aconteceu, o que mudou na vida destes três petizes?
Fomos à procura de respostas.
- “O sucesso deu cabo deles. Eram gente simples que não soube lidar com a fama. Eram recatados e raramente davam entrevistas, apesar de serem muito perseguidos nas ruas. Por onde andassem havia sempre um jornalista do Diário de Noticias ou do Século” – referiu o filho do agente d’Os Três Pastorinhos.
- “Não conseguiam ir às compras ou ao cinema, era horrível”, continuou.
- “Mas na altura ainda não havia cinema em Ourém”, frisei.
- “Pois era, se já houvesse não conseguiam ir certamente”. Afirmou.
Com a notoriedade e a exposição pública, Os Três Pastorinhos foram perdendo a sua liberdade e veia criativa, caíram como presas fáceis, no mundo do álcool e da droga.
- “A Cinta gastava todo o dinheiro em bonecas de porcelana. Gastava fortunas naqueles brinquedos. Nisso e no rosmaninho. Perdia-se pelo cheiro do rosmaninho acabado de colher”.
Para o fim, já se arrastavam nas suas aparições públicas. O suicídio e a overdose foram as consequências dessas vidas sem amarras.
- “E a outra?”
- “A Lucinda?”
- “Sim”.
- “Essa teve cabeça, investiu tudo em imóveis e retirou-se de cena”.
- “Como a Greta Garbo”.
- “Precisamente. Às vezes aparece, numa ou outra revista, mas já perdeu a beleza e o brilho que tinha”.
A droga, o sexo, o álcool e a fama. Foi este o cocktail explosivo que acabou com a carreira d’Os Três Pastorinhos, uma das mais promissoras bandas da década de 10 do século passado. Para as gerações vindouras ficou a obra ímpar, um lugar de culto, um sonho interrompido e um mito maior que a vida.

segunda-feira, abril 19, 2004

 
Serviços ao domicílio

- Boa tarde.
- Boas tardes.
- É a senhora Maria Delfina?
- Sim senhoras. É sim diga coisas.
- Eu vinha falar-lhe um pouco de Historia de Portugal, mais precisamente, das invasões francesas, especificamente a Batalha do Buçaco.
- Ó amigo, alto lá, alto lá, alto lá. História de Portugal? Hoje?
- Ah... n.º 74, terceiro esquerdo, certo?
- Correcto, mas hoje? Hoje não era História de Portugal, hoje era o evangelho com o Pe. Américo.
- Deve haver aqui algum erro…
- Há pois deve. É sempre a mesma conversa. Eu fui bastante clara com a sua colega. Hoje, “Evangelho”, na próxima terça-feira, “A transsexualidade nas sociedades contemporâneas” e só na outra quarta-feira, “História de Portugal”.
- Pois, não sei… a mim disseram-me para vir cá falar sobre as invasões francesas.
- Mas está errado. A vossa empresa é sempre a mesma coisa. Uma pessoa paga a mensalidade para ter este serviço, telefona a agendar as sessões e depois é o que se vê… Mas va lá… diga lá coisas sobre isso das invasões francesas…
- Bem é assim: - “Rememorar a batalha do Buçaco, é sempre um acto patriótico, porque é lembrar páginas brilhantes da história do exército português, que tão valorosamente combateu, ao lado dos não menos heróicos soldados ingleses, vertendo o seu sangue para libertar o solo da Península do jugo napoleónico...”

 
Bloqueadores de conversa.

Se acha que as conversas que tem duram muito, se não tem paciência para ouvir a mesma história contada vezes sem conta, se acha que aquela amizade já dura há muito tempo mas não tem coragem para por um travão na relação, o Centro Europeu de Estudos do Fenómeno dos Bloqueadores de Conversa, (C.E.E.F.B.C.) tem a solução para estes e outros problemas.
Mais uma vez o estatudoperdido, faz história. É serviço público amados leitores.

Exemplos práticos:
Situação n.º A
Problema – uma pessoa está a contar uma história, que não querem ouvir, mas não têm interesse em aborrecer-se com ela.
Solução – dizer a frase com o dedo indicador em riste:
"Essa história interessa-me bastante, mas agora não estou com atenção suficiente para a ouvir!"
Deve-se dizer esta frase de um modo convincente, porém desapontado.

Situação n.º B
Problema – uma pessoa está a contar uma história que não querem ouvir mas e não se importam com a reacção dela.
Solução letra 1:
"Isso que estás a contar não é cativante e portanto escusas de estar a falar porque eu a partir deste momento já não estou a ouvir"

Solução letra 2:
"Desculpa esta minha observação, mas parece-me que ninguém, num raio de 50km, está disposto a ouvir essa história"

Situação n.º C
Problema – Quando uma pessoa esta a contar pela 5 vez a mesma história que vocês não querem ouvir.
Soluções:
"Desculpa estar a interromper, mas tu já me contaste essa história e por mais interessante que ela me pareceu nas outras 4 vezes, não tenho vontade de a ouvir mais uma vez. No entanto reconheço que é uma boa história e deves partilha-la com outras pessoas".

“Essa é sem dúvida uma história muito interesse mas que de momento eu não tenho paciência para ouvir. No entanto, faria certamente furor no próximo Congresso Internacional de Pessoas sem o Mínimo Interesse por Qualquer Assunto”.

“Não querendo desfazer, essa é a história mais chata que ouvi desde o Neolítico até hoje, mas estou certo que existem pelo menos três pessoas no planeta que não se importariam de a ouvir a troco de uma refeição fria”.

“Essa história não tem nada de errado mas perde todo interesse comparada com a Enciclopédia Luso-Brasileira lida por um surdo-mudo”.

“Esse um bom tema de conversa mas ganharia muito mais interesse se exposto em Suaili e saltando as vogais”.

“Bem, a conversa está boa, mas ouvi dizer que estão a dar caramelos ali à porta”.
Devem dizer a frase, olhando nos olhos

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