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Toda a verdade sobre Os Três Pastorinhos.
Esta semana, revelamos toda a verdade. Um documento choque sobre as vidas secretas d’Os Três Pastorinhos. Vidas de excessos de uns foras de série à frente do seu tempo.
Falámos com amigos e familiares, contamos tudo. Os Pastorinhos como nunca ninguém os conheceu.
António, morador em Ourém, que preferiu o anonimato, confidenciou:
- “O Quico era um rebelde. A sua paixão eram os carros... passava horas na rua a olhar para eles... sabia tudo. As raças dos animais, as madeiras, era louco por carros de bois. Mesmo com aquela idade ele comprou dois. Eu dizia-lhe “mas tu não tens idade”... mas ele não me dava ouvidos...”
Mas afinal o que aconteceu, o que mudou na vida destes três petizes?
Fomos à procura de respostas.
- “O sucesso deu cabo deles. Eram gente simples que não soube lidar com a fama. Eram recatados e raramente davam entrevistas, apesar de serem muito perseguidos nas ruas. Por onde andassem havia sempre um jornalista do Diário de Noticias ou do Século” – referiu o filho do agente d’Os Três Pastorinhos.
- “Não conseguiam ir às compras ou ao cinema, era horrível”, continuou.
- “Mas na altura ainda não havia cinema em Ourém”, frisei.
- “Pois era, se já houvesse não conseguiam ir certamente”. Afirmou.
Com a notoriedade e a exposição pública, Os Três Pastorinhos foram perdendo a sua liberdade e veia criativa, caíram como presas fáceis, no mundo do álcool e da droga.
- “A Cinta gastava todo o dinheiro em bonecas de porcelana. Gastava fortunas naqueles brinquedos. Nisso e no rosmaninho. Perdia-se pelo cheiro do rosmaninho acabado de colher”.
Para o fim, já se arrastavam nas suas aparições públicas. O suicídio e a overdose foram as consequências dessas vidas sem amarras.
- “E a outra?”
- “A Lucinda?”
- “Sim”.
- “Essa teve cabeça, investiu tudo em imóveis e retirou-se de cena”.
- “Como a Greta Garbo”.
- “Precisamente. Às vezes aparece, numa ou outra revista, mas já perdeu a beleza e o brilho que tinha”.
A droga, o sexo, o álcool e a fama. Foi este o cocktail explosivo que acabou com a carreira d’Os Três Pastorinhos, uma das mais promissoras bandas da década de 10 do século passado. Para as gerações vindouras ficou a obra ímpar, um lugar de culto, um sonho interrompido e um mito maior que a vida.